quarta-feira, 26 de abril de 2017





Num céu convulso, sem estrelas
ecoa a poeira de gritos surdos
e o naufrágio vestido de cravos vermelhos.
Onde estão agora os teus passos
que a dicção do vento corre cansada para o colapso?
Estarão para além das nuvens
que gritam em silêncio o fim da linha?
Onde estão agora os teus passos?
Habitam os vendavais nas saias do vento,
a aurora boreal no rodopio do tempo,
ou a seiva da copa das árvores nos dias da ceifa florida ?
Já não estás aqui!
Já não moras cá…
Onde estão agora os teus passos frágeis?
O último comboio carrega… lentas lágrimas de pó.

[ © António Carlos Santos ]
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Poema: " Frágeis (lágrimas de pó) "
de: © António Carlos Santos
iN: Antologia "Salgueiro Maia - La libertad no es una utopía"

Editora: Uliputienses/Espanha



Fonte: https://www.pinterest.pt/cinafraga/