domingo, 23 de abril de 2017




(...)
Quantos dias se passam sem tu apareceres.
E às vezes penso é bom que assim seja,
para eu aprender a estar só.
Mas de outras vezes rompes-me pela vida dentro
e eu quase sufoco da tua presença.
Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro
e digo-te vai-te, vai-te embora.
Por favor. E eu sinto-me logo tão infeliz.
E digo-te não vás. Fica. Para sempre.
Há em mim uma luta entre o desejo de que
te esqueça e o de endoidecer contigo.


Vergílio Ferreira,
in "Cartas a Sandra".




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