Um dia voltarei
qual pássaro marítimo,
numa tarde bem mansa
à hora do sol posto.
Então, loura criança,
Ouvirás o meu ritmo
e me perguntarás:
quem és tu, pobre ser?
Mas, eu vim de tão longe
e tão azul de rosto
que não me podes ver.
no país da ausência
certo consiste nisto:
ficar azul de rosto
pra não poder ser visto.
Cassiano Ricardo (1895- 1974).
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