Devagar te amo, e devagar assomo
os dedos à altura dos olhos, do cabelo
dos anéis de outro turno, que é só meu
por querê-lo, meu amor, como a ti mesma quero
nos tempos de passado e sem futuro.
Devagar avanço um dealbar de dias
que vida seriam, mesmo que morto, à noite,
eu voltasse amargurado mas presente,
calado e quedo, e devagar amando.
Pedro Tamen,
Rua de Nenhures
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