domingo, 17 de dezembro de 2017




Poema 5

Ó asceta,
Como é difícil renunciar a Maya!

Quando renunciei ao lar,
Apeguei-me às roupas.
Quando renunciei às roupas,
Apeguei-me aos farrapos.

Renunciei à paixão,
E inflamei-me com a raiva.
Renunciei à raiva,
E enregelei-me com a avidez.

Quando venci a avidez,
Enchi o peito de orgulho –
Minha mente ainda presa
Na vaidade da renúncia.

Apenas quando a mente se aquietou,
Foi que enfim pude sorrir para Maya.
Antigas memórias e nova concentração
Fundiram-se então em minhas palavras.

Kabir diz: Escutai, meus bons irmãos!
Somente um em um milhão resolveu este mistério.


Kabir



Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/