sexta-feira, 7 de julho de 2017




Eu amo uma mulher
que não existe.
Mas vejo-a  sempre,
conversamos muito
e quero-lhe bem.
Tem muitas faces,
não sei seu nome
e, se nome tem.
Só sei que quando
eu estou triste,
ela então existe
e de repente vem
confortar-me a alma,
trazer-me calma
e me fazer bem.
E a quem me indaga:
- Que forma vaga
de amar alguém?
Eu nada escondo
e então respondo
como convém:
- É meu coração,
na solidão,
sem ter ninguém.


Ronaldo Cunha Lima


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