Lágrimas, inúteis lágrimas
Não sei o que significam,
Lágrimas vindas do fundo
De alguma aflição sublime
Emergem no coração,
E chegam até os olhos,
Vendo os alegres campos outonais
E pensando nos dias que não mais existem.
Novas qual primeiro raio
Cintilando numa vela,
Que traz aqui para cima
Os amigos do submundo,
Triste como as derradeiras
Que fazem corar alguém
Que afunda com tudo o que amamos sob a borda;
Tão tristes novos dias que não mais existem.
Tristes e estranhas como em
Sombria alba de verão
Primeiro pio de aves semilúcidas
Para ouvidos moribundos,
Quando pra olhos decadentes
Lentamente a janela desenvolve
Um quadrado de luz tênue;
Tristes, estranhos dias que não mais existem.
Diletas tal qual beijos
Na memória após a morte,
E suaves como aqueles
Que em afeto sem fé fingem
Nos lábios que são para outros;
Profundas como é o amor,
Como é o primeiro amor,
E insano com toda a pena;
Ó Morte em Vida, os dias que não mais existem!
Alfred Tennyson