Ária dos olhos
Mágoas de além
De olhos de quem
Pede esmolas:
Gemidos e ais
Das autunais
Barcarolas:
Cisnes em bando
Sonambulando
Sobre o mar:
Nuvens de incenso
No céu imenso,
Todo luar:
Olhos sutis,
Ah! que me diz
O olhar santo,
Que sobre mim
Volveis assim
Tanto e tanto?
E que esperança
Nessa romança
Cheia de ais,
Olhos nevoentos,
Noites e ventos
Autunais!
– Alphonsus de Guimaraens, (Dona Mística ‘1899’),
em “Obra
completa”. [organização Alphonsus de Guimaraens Filho].
Biblioteca
luso-brasileira – Série brasileira, 20. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960.
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