As Rosas De Ispaã
As rosas de Ispaã na bainha musgosa,
Os jasmins de Mossul a flor da laranjeira
Ah, fragrância não têm suave e tão ditosa,
Ó branca Leila, como a tua aura ligeira!
Lábios corais, soando a risada ligeira
Bem melhor que a água viva, e com voz mais ditosa,
Bem melhor que o ar feliz que embala a laranjeira,
Que a ave que canta ao lar na bainha musgosa...
Mas desde que fugiu, com sua asa ligeira,
O beijo dessa boca encarnada e ditosa,
Perfume já não há na tênue laranjeira,
E nem celeste odor nas bainhas musgosas...
Que o teu jovem amor, borboleta ligeira,
Volte ao meu coração, com sua asa ditosa,
E que perfume ainda a flor da laranjeira,
As rosas de Ispaã na bainha musgosa!
Charles Leconte De Lisle (1818-1894)
Trad. de Renata Cordeiro