Tu, Só Tu…
A Estrela d’Alva desaparecia
Quando eu parti naquela madrugada,
E a doce aurora, tímida e rosada.
Das nuvens de ouro levantava o dia.
Numa palmeira, que no espaço abria
O verde leque, para o céu voltada.
Da áurea garganta uma ave apaixonada
Cavatinas alegres despedia.
Manhã tão linda: o prado um firmamento
Glauco e cheiroso, estrelas multicores,
O chão bordando num deslumbramento!
E eu vendo o campo, eu vendo o céu tranqüilo,
Pensava em ti, dona das minhas dores;
Morta: só tu darias vida àquilo.
Guimarães Passos, jornalista e poeta brasileiro (1867-1909).
Fonte: https://nuhtaradahab.wordpress.com/2013/03/17/guimaraes-passos-poesias-avulsas/
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/