Brilhante Estrela
Brilhante estrela, fosse eu estável como tu,
Não em solitário esplendor presa e solta na noite
E observando, com eternos cílios afastados,
Como Eremita insone, paciente da natureza
As águas movediças, em seu trabalho sacerdotal,
Da pura ablução em torno das praias humanas da terra
Ou contemplando a nova máscara, suavemente caída
Da neve sobre os montes, sobre os brejos --
Não, e ainda assim estável, ainda assim imutável
Repousando sobre o peito de meu belo amor (que amadurece)
Sempre acordado, em doce inquietude
Quieta, quietamente ouvindo seu tenro respirar
E assim viver para sempre -- ou então render-se à morte.
Fanny Brawne
Fonte: Faustino, Mário. Poesia Completa e Traduzida.
São
Paulo: Editora Max Limonad. 1985
Fonte: http://primeiros-escritos.blogspot.pt/
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/