Canção Báquica
Que fez calar a alegre voz?
Ressoai, canções licenciosas!
Bem-vindas, moças carinhosas
E esposas tão jovens que amáveis a nós!
As taças enchei sem tardança!
No vinho a espumar,
No fundo, o jogar
Vinde (e ouvi-las soar) cada aliança!
Cada taça se erga, de vez seja finda!
Bem-vindas, ó musas; Razão, sê bem-vinda!
Astro sagrado, arde tu, sol!
Como o lampião empalidece
Ao claro surgir do arrebol,
Assim o saber falso hesita e esvanece
Ante o imortal sol da Razão.
Bem-vindo sê tu, sol; vai-te negridão!
Aleksander Púchkin
Poeta e dramaturgo 1799–1837
(1825)
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/